segunda-feira, maio 29, 2006

A PEÇA HUMANA...



É MAIS FÁCIL CONSTRUIR UM MENINO DO QUE CONSERTAR UM HOMEM".

(Charles Chick Govin)


Podemos utilizar este pensamento ou aquele que se refere ao menino pequenino que, como o pepino, é moldado. No entanto, prefiro este que de uma maneira geral apresenta o Homem na sua condição de ser em crescimento e evolução, capaz de se completar e de se comprometer, em sociedade, com os outros.
Confesso que acredito sempre nas pessoas. Considero-as sempre capazes de se transformarem. Sim esta ideia acalma-me sempre que comparo um homem a um objecto. O objecto se não serve ponho-o fora, enquanto o Homem tem que se preservar. E é aqui que reside a fundamentação da nossa dignidade enquanto seres humanos, da ética, da moral.
Não posso, embora às vezes apeteça, pensar que aquele jovem ou adulto, porque tem determinado tipo de comportamento não merece mais a minha confiança, nem a minha consideração. Pensar assim fazia-me um mero avaliador de peças, de objectos. Se não presta põe-se fora…
Não… Não podemos julgar… não podemos avaliar alguém que é igual a nós… só porque não teve a nossa sorte, porque não teve ninguém que fosse capaz de se interessar por ele. Pois, porque quando eu me interesso por uma “coisa”, ela torna-se valiosa para mim… porque lhe dou atenção… lhe dou tempo… lhe dou algo de mim… transmito-lhe confiança… capacidade para tentar gostar um pouco mais dela. E se faço isto com os objectos, com as “coisas”…, porque não fazê-lo com as pessoas? … Com aqueles que são iguais a mim? … Ou serei mais valorizado se não lhes der importância? Será que isso faz de mim um ser melhor?... Não. Pelo contrário. Quando ajo assim coloco-me em situação de desigualdade para com alguém que é nada mais, nada menos que igual a mim… um ser humano.
Construir um menino… significa termos a capacidade de nos darmos ao outro como se ele fosse uma criança, capaz de receber de nós valores e exemplos de vida capazes de dignificar a sociedade.
Consertar um homem… é sermos capazes de perdoar e de dar sempre mais uma oportunidade.
Se me perguntarem qual é mais fácil eu irei sempre responder…. -“Ambas são difíceis, porque são necessárias”.

Vamos criar laços…
Vemo-nos por aí. Um abraço!!!

Carlos Reis

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